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No seguinte exemplo, o pronome do complemento directo deve vir antes ou depois do verbo?
– Já fizeste o trabalho?
– Sim, acabei de o fazer. / Sim, acabei de fazê-lo.
– Não, ainda tenho de o fazer. / Não, ainda tenho de fazê-lo.

2006-06-15T22:46:34, S., Londres

Nas frases
indicadas, as locuções verbais acabar de fazer e ter de fazer
correspondem a construções em que os verbos acabar e fazer,
seguidos da preposição de, são verbos auxiliares. Em geral, em locuções
verbais com verbos auxiliares ou semiauxiliares (excepto com os que formam
tempos verbais compostos: ex.: tem lido, foi lido), o clítico é
colocado depois do verbo principal (ex.: O livro é interessante e posso
lê-lo
em dois dias Ele veio visitar-me
esta semana
), podendo haver, menos consensualmente, colocação do clítico
depois do verbo auxiliar ou semiauxiliar (ex.: O livro é interessante e
posso-o ler em dois dias Ele veio-me
visitar
esta semana). No entanto, quando a construção do verbo
auxiliar ou semiauxiliar inclui uma preposição, especialmente de ou
por
, o pronome clítico pode ocorrer antes ou depois do verbo auxiliar (ex.
Sim, acabei de o fazer. / Sim, acabei de fazê-lo
),
mas não depois do verbo auxiliar (ex. *Sim, acabei-o de fazer Esta reflexão aplica-se também à outra frase apresentada (Não, ainda tenho de
o fazer. / Não, ainda tenho de fazê-lo
), mas
nesse caso será ainda possível a opção Não, ainda o tenho de
fazer
, pois o advérbio ainda tem a propriedade de atracção do clítico
(ver os casos referidos nas alíneas a) a j) da resposta posição dos clíticos).

2006-06-29

Helena Figueira

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