No corrector do FLiP 7 defrontei-me com um erro assinalado em "karateca". Por outro lado "carateca" não é considerado como erro. Em português de Portugal, isto a fazer fé no dicionário de Português da Porto Editora, o praticante de "karaté" é um "karateca". Ao que parece, no Brasil, um praticante de "karaté" é um "carateca". Portanto acho que a palavra "karateca" deveria ser incluída no léxico de português de Portugal, e deveria ser eliminada a palavra "carateca" por pertencer ao léxico brasileiro.
É óbvio que isto tem a ver com opções difíceis na grafia das palavras de origem estrangeira.
2012-06-18, L. D.,
Esta é uma questão relativa à introdução e adaptação de estrangeirismos na língua portuguesa, que envolve muitas vezes discussões e polémicas que raramente têm uma resposta categórica.
As palavras com origem no japonês, quando importadas para línguas com alfabeto latino, têm de ser transliteradas, geralmente segundo critérios fonéticos e algumas convenções. A palavra karate tem sido aportuguesada em diversas obras lexicográficas com a forma caraté (mais frequente no português de Portugal) ou caratê (mais frequente no português do Brasil). Na adaptação ortográfica ao português, o k antes do a foi transformado em c, como é usual em muitos aportuguesamentos com adaptação ortográfica de várias línguas (ex.: caiaque, crípton), nomeadamente do japonês (ex.: catana). A palavra japonesa karateka, que designa o praticante de caraté, tem sido também adaptada por alguns dicionários (portugueses e brasileiros) com a forma carateca, em que ambos os k antes do a são transformados em c. Apesar de estar registada em alguns dicionários e vocabulários, a forma karateca corresponde a uma adaptação ortográfica parcial ao sistema ortográfico português, tendo sido apenas o último k transformado em c, mas não o primeiro.
2012-06-18
Helena Figueira