Gramática
As palavras inflexivas que ligam duas partes da oração ou ligam entre si orações ou proposições chamam-se, em gramática, conjunções:
O boi e o cavalo são quadrúpedes.
Sairei, se não chover.
Quero que me emprestes o teu carro.
Tens de obedecer, quer queiras, quer não queiras.
O castanheiro e o feijoeiro são plantas, mas o caule do castanheiro é erecto, grosso e lenhoso, e o do feijoeiro é volúvel, fino e herbáceo.
Nestas frases, as partículas e, se ligam duas partes da oração ou proposição, e as partículas que, quer e mas ligam entre si orações ou proposições.
As conjunções dizem-se simples, se constam de um só vocábulo, e compostas ou locuções conjuntivas, se constam de um grupo de palavras a que se atribui o valor de uma conjunção:
Ex.: como se, a fim de que, tanto que, de maneira que, contanto que.
Alguns advérbios simples, bem como algumas formas compostas de origem morfológica diferente, podem ser empregados como conjunções:
Ex.: como, nem, apenas, mal, quer… quer, ora… ora, depois que, posto que.
Conforme a função que exercem, assim as conjunções se dividem em coordenativas e subordinativas. As primeiras ligam palavras que desempenham a mesma função em orações ou proposições que ficam, apesar disso, independentes, isto é, formando cada uma sentido completo:
O Mário e o João foram passear.
Os dois amigos seguiam juntos, mas, numa bifurcação do caminho, separaram-se.
O Paulo e o Frederico seguiam pela estrada muito satisfeitos; porém surgiu-lhes um automóvel que os ia atropelando.
Não posso andar depressa, portanto não irei contigo.
As segundas, isto é, as subordinativas, ligam as orações ou proposições que ficam dependentes uma da outra e inseparáveis, porque só pela mútua união é que formam sentido completo:
Espero por ti contanto que não demores.
Não espero por ti, porque te vais demorar.
Empresto-te este livro, se desejas lê-lo.
As conjunções coordenativas subdividem-se em copulativas, disjuntivas, adversativas e conclusivas.
1.º As conjunções copulativas servem apenas para ligar palavras e orações:
e, nem, não só… mas também.
2.º As conjunções disjuntivas exprimem exclusão ou alternativa:
ou, quer… quer, ora… ora, seja… seja, quando… quando, já… já.
3.º As conjunções adversativas indicam oposição ou restrição de sentido nas expressões:
mas, porém, todavia, contudo.
4.º As conjunções conclusivas exprimem uma conclusão tirada da oração anterior:
logo, portanto, pois, por conseguinte.
As conjunções subordinativas subdividem-se em: condicionais, causais, temporais, concessivas, consecutivas, finais, comparativas e integrantes.
1.º As conjunções condicionais indicam uma condição, sem a qual a acção expressa não poderá realizar-se:
se, conquanto que, a não ser que, no caso que, a menos que, sem que, salvo se, dado que, desde que.
2.º As conjunções causais indicam uma causa, uma razão, ou um motivo:
que, porque, como, porquanto, visto que, pois que, visto como, por isso que.
3.º As conjunções temporais indicam circunstâncias de tempo:
quando, antes que, logo que, desde que, até que, enquanto, enquanto que, primeiro que, depois que, sempre que, tanto que, sem que, apenas, mal.
4.º As conjunções concessivas exprimem uma razão que se concede:
conquanto, embora, ainda que, posto que, se bem que, apesar de que, mesmo que.
5.º As conjunções consecutivas indicam a consequência:
que, de maneira que, de tal sorte que, de tal modo que, sem que.
6.º As conjunções finais indicam o fim com que ou para que uma acção se realiza ou deixa de realizar-se:
que, a fim de que, porque, para que.
7.º As conjunções comparativas estabelecem comparação:
como, assim como, bem como, conforme, segundo, consoante.
8.º As conjunções integrantes começam orações que integram o sentido da oração anterior:
como, que, se.