Efectivamente o verbo prazer (tal como aprazer ou desprazer,
mas diferentemente de comprazer, cf. Nova Gramática do Português
Contemporâneo, de Celso CUNHA e Lindley CINTRA, 14ª ed., Lisboa: Edições Sá
da Costa, 1998, pp. 430-431) é geralmente considerado unipessoal na tradição
gramatical, só se conjugando na terceira pessoa do singular e do plural, pelo
que a informação da minigramática que consultou é correcta. No entanto, é de
referir que nem sempre há consenso entre os gramáticos quanto à defectividade de
um dado verbo.
De facto, obras como o Dicionário de Verbos Portugueses
(Porto: Porto Editora, s.d.), por exemplo, apresentam a conjugação completa
deste verbo no paradigma de aprazer. Por seu lado, o Dicionário
Gramatical de Verbos Portugueses (Lisboa: Texto Editores, 2007) apresenta no
paradigma de aprazer a conjugação completa, com as formas unipessoais
destacadas, observando que estes verbos podem ser conjugados hipoteticamente em
todas as pessoas. Já o Dicionário Eletrônico Houaiss da Língua Portuguesa
(versão 1.0, Instituto Antônio Houaiss, Dezembro de 2001) menciona na conjugação
de aprazer e de desprazer a observação "Este verbo, normalmente só
usado nas terceiras pessoas, apresenta, quando pronominal, conjugação completa."
e, na conjugação do verbo prazer, a observação "Embora alguns gramáticos
admitam, para este verbo, conjugação completa, no uso corrente, constata-se
apenas a conjugação defectiva".
A este respeito convém talvez transcrever o que diz Rebelo Gonçalves no seu
Vocabulário da Língua Portuguesa (1966: xxx): "Indicando a conjugação de
verbos defectivos, incluímos nela, donde a onde, formas que teoricamente podem
suprir as que a esses verbos normalmente faltam. Critério defensável,
parece-nos, porque não custa admitir, em certos casos, que esta ou aquela forma,
hipotética hoje, venha a ser real amanhã; e, desde que bem estruturada, serve de
antecipado remédio a possíveis inexactidões." |